Tuesday, June 12, 2012

Bruce Springsteen, 2012-06-04 - Campainha Electrica (in portuguese)

http://campainhaelectrica.blogspot.pt/2012/06/bruce-springsteen-rock-in-rio-lisboa-3.html

Segunda-feira, 4 de Junho de 2012

BRUCE SPRINGSTEEN, Rock In Rio, Lisboa, 3 de Junho de 2012



Do dia de ontem haverá certamente muito para contar.
Fica para já a consensual impressão de que o Boss foi arrasador, surpreendente e memorável!





Dir-se-ia que a espera valeu todos os dias dos longos vinte anos que Bruce Springsteeen esteve ausente de palcos portugueses. Acrescentamos que as nove horas maioritariamente passadas em pé valeram também o interminável esforço, apesar do consequente e massacrante cansaço. Resultado: gravações video deficientes de tanto estar com os braços ao alto a tentar desviar a máquina das cabeças, mas, acima de tudo, a perseguir um surpreendente Springsteen endiabrado, irrequieto e quase inesgotável! É claro que a ajuda de um relógio topo de gama chamada E-Street Band permite todo e qualquer desvio ao roteiro sem que sejam preceptíveis máculas mínimas. Ver Max Weinberg, Steve Van Zant, Nils Lofgren, Roy Bittan, Garry Tallent ou o rookie Jake Clemmons no mesmo palco respirando talento e virtuosismo foi outra dos sub-títulos de primeira página obrigatórios no relatório final de tão grandiosa jornada. E o alinhamento? Não fugindo demasiado ao que vem sendo apresentado nesta digressão, claro que faltou esta ou aquela canção, mas certamente que as quase oitenta mil almas presentes não podem reclamar da brilhante sequência apresentada, tocando vários álbuns e épocas, do mais recente ao mais antigo. Mas, caramba, aquele final com o arrepiante, no nosso caso, "Thunder Road" em transição para um encore sem saída de palco em que se perfilaram o "Born in USA", o "Born To Run", o "Glory Days", o "Hungry Heart", o "Dancing In The Dark", o "Tenth Av. Freeze-Out" e o, pasme-se, clássico "Twist And Shout" com direito a fogo-de-artifício, deixou-nos sem fôlego e perfeitamente rendidos. Uma barrigada de música difícil de atingir e que levou o próprio Springsteen à exaustão, que por muito simulada que possa ter sido (e não foi), revela a energia posta em palco e a vontade expressa em fazer desta noite uma ocasião especial. Claro que há sempre aqueles momentos tradicionais que fazem parte do show-off, como a subida ao palco da menina (neste caso meninas...) em "Dancing In The Dark", o miúdo captado em aparente escolha aleatória da audiência para cantar em "Wainting In a Sunny Day" ou as corridas ao público para recolher "sign requests" positivamente respondidos, mas que, atendendo ao clima de celebração, se tornaram ternurentos. Uma noite incontornável na história da música ao vivo em Portugal desta década por muitas tentativas de repetição que possam vir a surgir. E nós, como prometido e cumprido, estivemos lá de alma e coração.

Perante tamanho rolo compressor do Boss, Kaiser Chiefs, James e Xutos acabaram por passar quase despercebidos. Os primeiros, irritantes na figura do vocalista que cometeu a proeza de ter dado um concerto para as câmaras de televisão a roçar o desrespeito e que cantou parte de um tema, para dar nas vistas, em pleno exercício de slide disponível no recinto; os segundos, apesar da competência e até da qualidade técnica fizeram avivar algumas memórias positivas, poucas, negativas, muitas, dos anos oitenta; os terceiros, em regime best-off a abrir de forma a conquistar rapidamente a imensa plateia o que não foi difícil de concretizar e até demos connosco a cantarolar os "Barcos Gregos" e o "Remar, Remar"...

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