Bon Jovi: sim, eles realmente podem
Banda voltou a levar milhares à Bela Vista, mas a falta de grandes êxitos e de um segundo encore deixou muitos a rezar por mais
Por: Cláudia Lima da Costa / 2013-06-27 03:00
Dois anos depois de levarem 50 mil pessoas ao parque da Bela Vista, os Bon Jovi repetem a mesma proeza. Porquê? Porque podem, como se intitula, aliás, a nova digressão. A banda de New Jersey pode atrair multidões e legiões de fãs e poucas são as bandas de rock que ainda podem dizer o mesmo. Mas ao espetáculo desta quinta-feira faltaram muitos dos velhos temas e um o segundo encore.
Se muitos dos milhares que rechearam a Bela Vista não estavam já à espera de ouvir «Bed of Roses», esperariam pelo menos ouvir «This Ain't a Love Song», como aconteceu em Praga, na segunda-feira, ou «Always» como em 2011. Na realidade, a banda optou por deixar as baladas de grande sucesso fora das opções para Lisboa, escolhendo por exemplo «Superman Tonight», para embalar a noite quente da Bela Vista.
De fora do concerto da digressão «Bon Jovi Because We Can» ficaram ainda temas como «These Days, I'll Be There for You» ou «Born to Be My Baby». A banda que nasceu em 1983 seguiu o alinhamento dos últimos concertos, com os iniciais «That's What the Water Made Me» e «You Give Love a Bad Name». O concerto iniciou-se quando passavam já 15 minutos depois das 21:00 e caso alguma distração impedisse a perceção de início de espetáculo, os gritos de entusiasmo das muitas jovens (e menos jovens) não deixavam dúvidas de que a hora era a de deixar a crise que atravessa o país para trás e pular, pular muito.
Os temas menos populares, como «The Radio Saved My Life Tonight», foram, aos poucos calando a Bela Vista que, ainda assim, foi resistindo e esperando pelos temas mais aguardados. Mas para grande parte do público feminino a presença no mesmo espaço que o ídolo Jon Bon Jovi era o suficiente para deslumbrar o olhar. O cantor só falou aos fãs pouco antes do quinto tema para perguntar se Lisboa estava preparada. A resposta foi efusiva e «It's My Life» trouxe de novo o coro das milhares de vozes. Seguiu-se o tema que dá nome à digressão: «Because We Can» levou um mar de balões ao parque e até os socorristas aproveitaram uma pequena pausa para cantarolar e tirar uma fotografia.
«Keep the Faith» e o rolar de ancas de Jon Bon Jovi fizeram ecoar de novo os gritos agudos e iniciaram a sequência mais longa de grandes êxitos: «In These Arms», «I'll Sleep When I'm Dead» e «Bad Medicine» que, como habitual, fechou o concerto, antes do encore.
Jon Bon Jovi voltou a dirigir algumas palavras aos fãs. Elogiou o sol de Portugal e confessou: «Provavelmente» ainda me vou meter em sarilhos esta noite». Talvez por isso, o encore não chegou a demorar 30 segundos e a banda voltou para uma sequência que, mais uma vez, não chegou para fazer explodir a Bela Vista.
«Love's the Only Rule», «What's Left of Me» e «Have a Nice Day» acompanharam o clássico «Wanted Dead or Alive», onde o cantor falou pela última vez ao público português. Pediu que elevassem os telemóveis e filmassem, mostrando que estavam todos «vivos naquele momento em Portugal». As luzes brilharam na Bela Vista e abriram as portas aquele que já é o tradicional final dos concertos de Bon Jovi: «Livin' on a Prayer» levantou do chão os muitos que assistiam sentados e abriu o apetite para mais do mesmo. Mas ao contrário do que aconteceu em 2011, e em alguns concertos desta digressão, de nada adiantou pedir. Jon foi mesmo atrás dos «sarilhos» de Lisboa e deixou a Bela Vista a rezar por mais.
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